Do Campo à Gestão: A Nova Jornada de Hudson no Futebol
Para muitos atletas, a aposentadoria marca o fim de uma era, mas para outros, como o ex-volante Hudson, é apenas o começo de um novo capítulo. Hudson, que brilhou em clubes importantes do cenário nacional, trilhou um caminho incomum após pendurar as chuteiras em 2022, aos 34 anos. Em vez de se afastar do esporte, ele mergulhou de cabeça no mundo da gestão, descobrindo uma nova paixão e um talento nato para liderar nos bastidores.
A Transição Inesperada
Após anos de dedicação intensa aos treinos e jogos, Hudson decidiu investir no seu desenvolvimento pessoal e profissional. Matriculou-se em cursos de gestão, buscando entender os meandros da administração esportiva. Essa busca por conhecimento o levou a uma oportunidade singular: em março deste ano, foi convidado a assumir o cargo de coordenador de futebol no Criciúma, um clube com uma história rica e uma torcida apaixonada.
O Criciúma e a Ascensão na Série B
A chegada de Hudson ao Criciúma coincidiu com um momento de transformação no clube. Atualmente, a equipe ocupa uma posição de destaque na Série B do Campeonato Brasileiro, almejando o acesso à primeira divisão. Essa ascensão não é fruto do acaso, mas sim de um trabalho árduo e dedicado de toda a equipe, incluindo a gestão liderada por Hudson.
Com 42 pontos conquistados, o Criciúma demonstra consistência e determinação em cada partida. A equipe catarinense está a poucos pontos do líder, e a ambição de alcançar o topo da tabela é palpável. A paixão da torcida, somada ao profissionalismo da gestão e ao talento dos jogadores, cria uma atmosfera de otimismo e confiança no futuro do clube.
Hudson nos Bastidores: Um Pilar Estratégico
No Criciúma, Hudson desempenha um papel fundamental como elo entre os diversos departamentos do clube. Sua rotina é intensa e multifacetada, abrangendo desde o suporte à comissão técnica até o planejamento estratégico com a diretoria. Ele atua como um facilitador, garantindo que todos os processos fluam de forma eficiente e que os atletas tenham as melhores condições possíveis para performar em alto nível.
"Minha função é integrar departamentos, seja saúde e performance, participar de treinos, de reuniões com análise de desempenho, pré-jogo", explica Hudson. Ele também participa de reuniões com a diretoria para discutir o planejamento estratégico do clube, supervisiona o departamento de registro para garantir a regularidade dos atletas e acompanha de perto o trabalho do supervisor de futebol.
Hudson destaca a importância da comunicação e da colaboração entre os diferentes setores do clube. Ele acredita que, ao integrar todos os departamentos, é possível criar um ambiente de trabalho mais harmonioso e eficiente, o que se reflete no desempenho da equipe em campo. Sua experiência como ex-atleta o ajuda a entender as necessidades dos jogadores e a oferecer o suporte necessário para que eles possam render ao máximo.
A Busca pela Excelência na Gestão
A paixão de Hudson pela gestão esportiva o levou a buscar uma formação acadêmica sólida. Ele obteve a Licença B da CBF para treinadores, mas sua vocação o direcionou para a área administrativa. Hudson se identifica com o cargo de gestor e se sente realizado em poder contribuir para o sucesso do clube nos bastidores.
"Consegui me identificar com o cargo de gestão a partir de um centro de formação que tenho. Ali comecei a me apaixonar e entender que a gestão era o que mais combinava comigo", revelou Hudson.
Para Hudson, a gestão moderna do futebol exige profissionalismo, planejamento estratégico e atenção aos detalhes. Ele acredita que o amadorismo não tem mais espaço no esporte e que os clubes precisam investir em profissionais qualificados e dedicados para alcançar seus objetivos.
"Hoje a gestão é muito preocupada com detalhes, muito mais ampla. Procuramos controlar o atleta em todos os sentidos, seja parte mental, física, tática", afirma Hudson. Ele destaca a importância do uso de ferramentas tecnológicas para o acompanhamento dos atletas e a busca constante por vantagens competitivas.
Do Gramado à Coordenação: Uma Nova Perspectiva
A transição de jogador para coordenador de futebol trouxe uma nova perspectiva para Hudson. Ele agora enxerga o esporte sob uma ótica diferente, com foco no coletivo e na estrutura do clube. Enquanto atleta, sua preocupação era o próprio rendimento, mas como gestor, ele precisa pensar no bem-estar de todos os envolvidos e garantir que o clube tenha as melhores condições para alcançar seus objetivos.
"É muito diferente. O jogador só pensa no rendimento dele… O gestor pensa no coletivo, defende o clube intensamente, precisa pensar na estrutura, na integração de todas as áreas", explica Hudson.
O Futuro Promissor do Criciúma
Desde a chegada de Hudson, o Criciúma passou por mudanças significativas, incluindo a troca de treinador. A escolha de Eduardo Baptista para o comando da equipe se mostrou acertada, e o clube tem apresentado um futebol competitivo e consistente.
"Na escolha da vinda do Eduardo, era o único nome que tínhamos convicção que chegaria e entenderia a cultura do clube", conta Hudson. Ele destaca a importância de o treinador conhecer a história e os valores do clube, além de ser capaz de motivar os jogadores e criar um ambiente de trabalho positivo.
O objetivo do Criciúma é o acesso à elite do futebol brasileiro, mas Hudson mantém os pés no chão e prega cautela. Ele sabe que o caminho é longo e desafiador, e que é preciso trabalhar duro em cada partida para alcançar o objetivo final.
"Seria hipocrisia falar que sou terceiro colocado e não penso no acesso. Pensamos, é óbvio, até pelo tamanho do Criciúma", afirma Hudson. Ele ressalta a importância de manter a equipe focada, unida e com um ambiente positivo para superar os obstáculos e alcançar o sucesso.
A história de Hudson é um exemplo inspirador de como um atleta pode se reinventar após a aposentadoria e encontrar uma nova paixão no mundo do esporte. Sua dedicação, profissionalismo e visão estratégica o tornam um líder valioso para o Criciúma, e sua trajetória demonstra que o sucesso no futebol não se resume apenas aos gramados, mas também à gestão eficiente e ao trabalho em equipe nos bastidores.