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## A Saga de Ancelotti no Brasil: Um Mestre do Futebol Aprendendo a Língua do País
Carlo Ancelotti, um nome sinônimo de sucesso no futebol mundial, embarcou em uma nova e emocionante jornada há alguns meses: liderar a seleção brasileira. Aos 66 anos, este italiano que já brilhou em clubes de ponta na Espanha, Inglaterra e França, está agora imerso no desafio de dominar o português, uma ferramenta essencial para se conectar com seus jogadores e se adaptar ao vibrante cenário brasileiro.
O Desafio do Idioma: Além das Táticas e Estratégias
Ancelotti, conhecido por sua fluência em espanhol, inglês e francês, idiomas adquiridos durante passagens vitoriosas por equipes como o Real Madrid, Chelsea, Everton e PSG, reconhece a importância do português para uma comunicação eficaz. Sua dedicação ao aprendizado ficou evidente quando se arriscou a usar o idioma para anunciar a lista de convocados para os jogos contra o Chile e a Bolívia, além de responder às perguntas da imprensa em uma coletiva. No entanto, a jornada não é isenta de obstáculos. Segundo relatos, o vocabulário cotidiano, como os nomes dos talheres, apresentou um desafio inesperado.
Com seu habitual senso de humor, Ancelotti comentou sobre seu progresso no idioma, mencionando que tem um professor dedicado e que aguarda ansiosamente a nota que receberá após suas primeiras interações públicas em português. Sua declaração demonstra não apenas a seriedade com que encara o aprendizado, mas também sua capacidade de se conectar com o público de forma leve e descontraída.
Roberto Piantino: O Guia Linguístico de um Campeão
O responsável por guiar Ancelotti nesta aventura linguística é Roberto Piantino, um poliglota brasileiro com cidadania italiana que reside em São Paulo. Fluente em sete idiomas, Piantino compartilhou a experiência de ensinar português ao renomado treinador. Ele descreve Ancelotti como um aluno dedicado, humilde e focado, cuja sede por conhecimento é um dos pilares de sua carreira repleta de conquistas. Essa humildade e vontade de aprender, mesmo no auge de sua carreira, refletem a mentalidade de um verdadeiro líder.
Em menos de 15 aulas, realizadas virtualmente desde o início de julho, Ancelotti tem se concentrado em vocabulário e expressões relacionados ao futebol. Piantino adaptou o curso para atender às necessidades específicas do treinador, abordando desde termos técnicos até nuances da cultura brasileira. Além das aulas estruturadas, os dois aproveitam para conversar sobre a trajetória de Ancelotti, desde seus dias como jogador até sua consagração como um dos maiores técnicos da história.
Embora o foco principal seja o universo do futebol, Piantino revelou que Ancelotti encontrou dificuldades inesperadas com aspectos básicos do dia a dia. Os dias da semana, especialmente a referência às “feiras”, e os nomes dos talheres, distintos do italiano e do espanhol, despertaram a curiosidade do treinador. Essa curiosidade demonstra sua disposição em mergulhar na cultura brasileira em sua totalidade.
Laços Brasileiros: Uma História que Vem de Longe
A relação de Ancelotti com o Brasil não é recente. Ao longo de sua carreira, ele trabalhou com diversos jogadores brasileiros em clubes europeus. No Milan, por exemplo, teve sob seu comando nomes como Dida, Cafu, Kaká e Ronaldo, entre outros. Essa conexão se repetiu em outras equipes, como o Real Madrid, onde treinou Éder Militão, Vinicius Jr. e Rodrygo. Essa familiaridade com o talento brasileiro facilitou o primeiro contato de Ancelotti com o idioma, especialmente na forma escrita.
Segundo Piantino, Ancelotti demonstrava boa compreensão do português escrito desde o início das aulas. No entanto, as particularidades da fonética brasileira representavam um desafio maior. A pronúncia e a compreensão oral exigiam um esforço adicional para superar as diferenças em relação aos idiomas que já dominava.
O Enigma do Chiclete: Uma Curiosidade à Brasileira
Um hábito peculiar de Ancelotti chamou a atenção dos brasileiros: sua paixão por mascar chicletes durante as partidas. Essa mania, que o acompanha desde os tempos de clube, levanta uma questão curiosa: como ele se comunica para comprar seus chicletes no Brasil?
Roberto Piantino revelou que esse tema ainda não foi abordado nas aulas, mas acredita que Ancelotti não terá dificuldades em encontrar seus “gomas de mascar”, já que os termos são facilmente compreensíveis em português. A observação bem-humorada ilustra a capacidade de Ancelotti de se adaptar e encontrar soluções práticas para os desafios cotidianos.
Com a Copa do Mundo de 2026 no horizonte, Ancelotti tem um prazo definido para aprimorar seu português e se integrar completamente ao país. Sua dedicação, aliada à experiência de Roberto Piantino, certamente o ajudarão a superar os obstáculos e a construir uma trajetória vitoriosa à frente da seleção brasileira. A jornada de Ancelotti no Brasil é uma história de aprendizado, adaptação e paixão pelo futebol, que promete emocionar e inspirar milhões de brasileiros.